sábado, 16 de abril de 2011

RELACIONAMENTOS

Sempre acho que namoro, casamento, romance, tem começo, meio e fim. Como tudo na vida.

Detesto quando escuto aquela conversa:
- Ah, terminei o namoro...
- Nossa, estavam juntos há tanto tempo...
- Cinco anos.... que pena... acabou...
- é... não deu certo...

Claro que deu! Deu certo durante cinco anos, só que acabou. E o bom da vida, é que você pode ter vários amores.

Não acredito em pessoas que se complementam. Acredito em pessoas que se somam.
Às vezes você não consegue nem dar cem por cento de você para você mesmo, como cobrar cem por cento do outro?
E não temos essa coisa completa.

Às vezes ela é fiel, mas é devagar na cama.
Às vezes ele é carinhoso, mas não é fiel.
Às vezes ele é atencioso, mas não é trabalhador.
Às vezes ela é muito bonita, mas não é sensível.
Tudo junto, não vamos encontrar.

Perceba qual o aspecto mais importante para você e invista nele.
Pele é um bicho traiçoeiro. Quando você tem pele com alguém, pode ser o papai com mamãe mais básico que é uma delícia.

E às vezes você tem aquele sexo acrobata, mas que não te impressiona...
Acho que o beijo é importante... e se o beijo bate... se joga... se não bate... mais um Martini, por favor... e vá dar uma volta.

Se ele ou ela não te quer mais, não force a barra. O outro tem o direito de não te querer.

Não brigue, não ligue, não dê pití. Se a pessoa tá com dúvidas, problema dela, cabe a você esperar... ou não.

Existe gente que precisa da ausência para querer a presença.
O ser humano não é absoluto.

Ele titubeia, tem dúvidas e medos, mas se a pessoa REALMENTE gostar, ela volta. Nada de drama.
Que graça tem alguém do seu lado sob pressão?

O legal é alguém que está com você, só por você. E vice-versa. Não fique com alguém por pena. Ou por medo da solidão. Nascemos sós. Morremos sós.

Nosso pensamento é nosso, não é compartilhado. E quando você acorda, a primeira impressão é sempre sua, seu olhar, seu pensamento.

Tem gente que pula de um romance para o outro. Que medo é este de se ver só, na sua própria companhia?

Gostar dói. Muitas vezes você vai sentir raiva, ciúmes, ódio, frustração... Faz parte. Você convive com outro ser, um outro mundo, um outro universo.

E nem sempre as coisas são como você gostaria que fosse... A pior coisa é gente que tem medo de se envolver.

Se alguém vier com este papo, corra, afinal você não é terapeuta. Se não quer se envolver, namore uma planta. É mais previsível.

Na vida e no amor, não temos garantias.
Nem toda pessoa que te convida para sair é para casar. Nem todo beijo é para romancear.
E nem todo sexo bom é para descartar... ou se apaixonar... ou se culpar...

Enfim...quem disse que ser adulto é fácil ????

Arnaldo Jabor

Isso é ser gaúcho!

 Que tal... 
 

O gaúcho andava a cavalo pelas florestas africanas quando, de repente, entra em uma clareira e se depara com um enorme leão faminto. 
 
O cavalo (que não devia ser crioulo) se assusta com a presença do enorme felino e começa a refugar, até que dá uma empinada derrubando o gaúcho no chão e em seguida foge em disparada deixando o gaudério sozinho atirado a própria sorte. 
 
O gaúcho começa a bater a poeira devagarito, e vê que o bichano vem lentamente em sua direção já afiando os dentes. 
 
Então, antes de agir, faz uma pequena oração: 
 
- Tchê, Deus!!! Se o senhor está torcendo por mim, faça com que eu puxe agora essa minha adaga da bota, atire-a em direção do leão de maneira certeira, fazendo com que atinja o meio da cabeça dele e seja mortal.  



Mas tchê, Deus, se o senhor tiver torcendo pelo leão, que o bicho dê um pulo certeiro, mordendo diretamente minha jugular, e que eu morra na hora, sem sofrimento, nem dor. 


Agora, Tchê, Deus, se o senhor não estiver torcendo pra ninguém, pega uma pipoquinha e uma Polar, senta ali naquela pedra, e assista uma das maiores peleias que já se sucederam por essas bandas.  
 
Porque eu vou 'di-mu-li' esse bichinho a pau!!!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Filho duma puta‏

Iniciar um texto com um palavrão é esquisito pra caramba. Mas não encontrei jeito melhor de falar do terrível episódio que levou ao sujeito chamado Wellington Menezes de Oliveira, que, a troco de sua demência, de um surto paranóide ou patologia que o valha, disparou contra meninas tiros que foram fatais para doze das crianças alvejadas. Outras ainda estão feridas, algumas em estado bastante grave. Um sargento da PM o alvejou, certamente no intuito de neutralizar o celerado e levar à justiça o injustificável. Porém, a covardia falou mais alto, e o último alvo do sr. Wellington foi sua própria cabeça.

Como todo doido que se preza, o sujeito aí deixou um bilhete de despedida. Um bilhete em que ele tenta justificar o injustificável, entre delírios envolvendo religiosidade fundamentalista, um severo caso de aversão à sexualidade que o leva a considerar "impuros" os "fornicadores" (sempre lembro aos meus alunos de anatomia que o fórnice é o fundo da vagina, daí o nome dado a quem pratica o bom e velho sexo) e um gesto de apego aos animais. Em meio à maré de pânico, um atirador que sorria ao matar suas vítimas, ao melhor estilo do Coringa, Duende Verde e outros doidos que, até agora, pareciam restritos a páginas de gibi ou ao cinema. Infelizmente, Bob Kane e Stan Lee foram imitados pela realidade, a custo de vidas de brasileirinhos, como diria a dona Dilma.

Wellington pediu bom senso para as pessoas, ao solicitar que a casa onde morou nos seus últimos meses fosse doada a "pessoas generosas que cuidam de animais abandonados". Ainda no texto, o mesmo despeja uma verborrágica série de expressões, ao pedir bom senso às pessoas, como justificativa da doação da casa. Segundo ele, não doar a casa a uma ONG de cuidado com animais seria desrespeitar os pais dele. Como se um ataque insano a meninas e meninos fosse algo para reverenciar à memória paterna. Como se houvesse justificativa no ceifar sorridente de vidas de crianças.

E ainda tem a questão da pureza. Que pessoas não puras não poderiam tocar seu corpo imaculado. Que sua alardeada virgindade seria passaporte para o perdão de Cristo. Ora, o moço esqueceu de falar que Cristo amava pessoas sem distinguir virgens de meretrizes. Uma mulher "impura" lavou os pés Dele. Uma samaritana protagonizou a bela cena da fonte, onde Ele afirmava de que "se beber da água que lhe der, jamais terá sede...". Mais uma vez, um demente utiliza o Santo Nome em vão, tentando justificar a barbárie e as mortes.

O fato relatado pelas crianças de que ele atirava "nas meninas para matar, e nos meninos para machucar" indica um forte traço misógino. Talvez a rejeição da mãe biológica explique o traço de aversão ao feminino. Quem sabe um traço homossexual reprimido pelo fervor religioso fundamentalista. O que sabemos é que o infeliz matou sorrindo meninas. Imagino a dopamina percorrendo seu cérebro, freneticamente nas sinapses. Um frenesi digno de tubarões saboreando sangue na água. O louco em êxtase religioso e, porque não dizer, carnal, tendo seu macabro prazer de "justiçar" àquelas "impuras". Novamente, a aversão ao sexo, e em especial seu caráter misógino, espantam qualquer pessoa de bom senso e de bom caráter.

Mortos. Crianças mortas, vidas interrompidas, sonhos sepultados. Um maníaco fugiu da justiça pela forma mais covarde, roubando ao sargento Alves o direito de levá-lo à prisão, a julgamento e a uma cela. A morte foi um prêmio para a vida de Wellington. Não sou a favor da pena de morte. Ainda acredito que o ser humano pode se reabilitar. Contudo, mesmo meus sentimentos mais otimistas pela Humanidade vão por terra ao lembrar que doze vidinhas não terão a alegria de um diploma de conclusão de curso, não verão um filho nascer, não conhecerão a lenta e sábia história do envelhecimento. E, nessas horas, uma onda de raiva me faz pensar...e se o sargento tivesse fulminado aquele doente...será que o sentimento da sociedade não teria sido amenizado? Ficam as perguntas eternamente sem resposta.

Carlos Augusto Normann
Pois o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e torná-lo humano por sua confrontação descarnada com a realidade. 
Ninguém que não a tenha sofrido por imaginar essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida.
Ninguém que não a tenha vivido pode conceber, sequer, o que é essa palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo das primícias, a demolição moral do fracasso. 
Ninguém que não tenha nascido pra isso e esteja disposto a viver só para isso poderá persistir num ofício tão incompreensível e voraz, cuja obra se acaba depois de cada notícia como se fora para sempre, mas que não permite um instante de paz enquanto não se recomeça com mais ardor do que nunca no 
minuto seguinte. 


José Saramago


Hoje, 07 de abril, é Dia do Jornalista.


Parabéns, queridos colegas, e que todos nós continuemos sempre sendo a voz do povo, da informação, das denúncias, da democracia. 

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Um ofício que fosse de intensidade e calma 
E de um fulgor feliz 

E que durasse com a densidade ardente
E contemporâneo de quem está no elemento aceso 
E é a estatura da água num corpo de alegria 
E que fosse fundo o fervor de ser a metamorfose da matéria 
Que já não se separa da incessante busca 
Que se identifica com a concavidade originária 
Que nos faz andar e estar de pé 
Expostos sempre à única face do mundo 
Que a palavra fosse sempre a travessia 

De um espaço em que ela própria fosse aérea 
Do outro lado de nós e do outro lado de cá 
Tão idêntica a si que unisse o dizer e o ser 
E já sem distância e não-distância nada a separasse desse rosto que na travessia é o rosto do ar e de nós próprios. 

António Ramos Rosa, in "Poemas Inéditos"

Poesia da Felicidade

Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o! 
  
FERNANDO PESSOA

El Cholo Loco