O ditador egípcio Hosni Mubarak, no poder há 30 anos, parece estar sentindo sua derrocada iminente nos últimos dias. Durante seu governo, o país mais populoso do mundo árabe atingiu índices alarmantes de inflação, desemprego, violência e corrupção. Os jovens saem às ruas para lutar contra o regime inspirados na Revolução de Jasmim - levante popular que derrubou Abdine Ben Ali após 23 anos no comando da Tunísia. A população briga por melhores condições de vida e renovação no sistema político.
A meu ver, esta é uma causa justa, afinal, é inadmissível que em 2011 ainda exista autoritarismo político no mundo. A onda de protestos é inédita no Egito e estava sendo convocada através do uso de celulares, do facebook e do twitter. Assim que percebeu o poder das mídias sociais e da comunicação, o governo mandou bloquear a internet e suspender o sistema telefônico móvel. As informações vêm apenas da TV Estatal. Pois é, ditadura funciona assim mesmo. O ministro da Informação, Anas El Feki, proibiu ontem (30) a rede de televisão Al-Jazeera de operar por lá. A emissora, que é a maior do Qatar, fazia cobertura das manifestações e transmitia em tempo real os movimentos nas ruas.
A oposição egípcia conta com o apoio do ex-chefe da agência nuclear da ONU e Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, que será o porta-voz do novo movimento. Seu papel será negociar a renúncia de Mubarak com o próprio ditador. Ontem, o presidente já havia ordenado que o toque de recolher fosse aumentado em uma hora. A partir de hoje, todos devem ficar em casa das 15h às 8h. Pasmem!
Mas os jovens não desistem, ainda bem. O povo quer a queda do presidente e pelo jeito, só vai parar quando conseguir. Além do Egito, Jordânia, Mauritânia, Argélia, Omã e Iêmen registraram protestos inspirados na Revolução de Jasmim. É a luta pela democracia tomando conta do Oriente Médio. Por mim, estão 100% apoiados.
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