quarta-feira, 30 de março de 2011

Hoje é dia de Maria.

O Brasil, país paternalista, preconceituoso e machista, deu a vitória do BBB11 pra “pirguete” do programa. Mas será só essa definição de Maria? Pois eu acho que não. Maria é muito mais que isso.
Apenas algumas informações de relevância. Primeiro, apaixonou-se pelo coisa-mais-feia Maumau. Assim que ele saiu da casa, Maria já engatava um affair com o médico-gatésimo Wesley. Jamais imaginava que o Sid da Era do Gelo (Maumau) retornaria para atormentar seus pensamentos. Ficou tão mexida a bichinha, que bebeu até cair e saiu pagando calcinha em rede nacional. Foi rejeitada pelo moço, depois dele ficar sabendo, quando esteve fora da casa, da possibilidade dela já ter praticado a profissão mais antiga do mundo.
Maria foi rejeitada, sofreu, arrastou corrente, perdeu a noção, o foco, o equilíbrio, a compostura, o respeito. Fez tudo o que qualquer uma de nós, mulheres, diria em alto e bom tom “EU JAMAIS FARIA”. Mentira. Todas nós, pelo menos uma vez na vida, já “mariamos” por amor. Quem nunca afogou as mágoas e a dignidade em copos e copos de vodca com energético ou chorou horas a fio ouvindo Nando Reis?
Maria é o nosso lado mundano, aquele que a gente procura manter bem escondidinho. É a loba que ataca sua presa, louca, tarada, apaixonada, doente, maníaca. É a representação perfeita da mulher que já perdeu a cabeça por um homem.
Quando amamos e não somos amadas, ligamos bêbadas na madrugada, amaldiçoamos até a décima quinta geração do safado que entrou com o pé e a  gente com o traseiro, ficamos com algum amigo dele, surtamos, ofendemos, gritamos. Maria representa nossa insanidade. São as lágrimas de tristeza por estarmos sozinhas, o MSN quando estamos de porre, nossos fiascos, nossas dores, nossos amores.
Maria sou eu de rímel borrado de tanto chorar por um amor perdido. É minha amiga que brigou com o namorado e sofre calada. É você que mandou 53 mensagens para o seu ex ontem, bêbada e furiosa porque ele não estava do seu lado. É sua prima que corre atrás de um cara que não quer nem saber dela. É a sua vizinha que quer namorar aquele que já tem uma namorada. É a outra que destrói casamentos.
Entretanto, Maria também é você apaixonada, mimando seu amor com afagos e beijinhos. Sou eu boba a admirar meu gato falando sobre a vida. É a sua irmã que cozinha carinhosamente para esperar o marido. É aquela que lê a NOVA buscando ‘38 formas de manter seu casamento feliz’. Maria é coração! Apega-se intensamente, ilude-se, sonha, deseja, busca, age. Maria não pensa antes de falar. Ela faz. Maria é impulso, calor, atitude, coragem. É a completa falta de medo de se despir da moralidade por causa de um homem.
Afinal, quantas mulheres teriam coragem de mostrar e dor da rejeição para milhões de brasileiros? O Brasil deu o Big Brother àquela que pertenceu a dois homens em uma única edição de um programa, que bebeu até despencar do salto, que chorou e rastejou aos pés de um amor que a rejeitou e a humilhou até o último instante. Será um indício de mudança comportamental? Queda de pré-conceitos?
Sinceramente, eu espero eu sim.



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